terça-feira, 30 de setembro de 2008

Almada Negreiros

Almada Negreiros, nascido em S.Tomé em 1893, foi um escritor e artista plástico multifacetado ligado ao modernismo, tendo desenvolvido composições coreográficas para ballet, e trabalhado em tapeçaria, mosaico, gravura, pintura mural e a óleo, azulejo, entre outros.
Na literatura teve como obras poéticas "A Cena do Ódio", realizou algumas novelas como "A Engomadeira", escreveu "Pierrot e Arlequim" para o teatro, e O Manifesto Anti-Dantas, um panfleto satírico cujo alvo era Júlio Dantas.
Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, pouco apreciados por um povo agarrado ás tradições; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa; os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe um prémio; pinta frescos na Escola Patrício Prazeres e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas entre elas "O Número", entre muitas outras obras.
Foi um dos fundadores da revista Orpheu, marco inicial no modernismo português.
Contribuiu mais que ninguém para a criação, prestígio e triunfo do modernismo artístico em Portugal. Na sua evolução como pintor, Almada passou do figurativismo e da representação convencional dos primeiros tempos, para a abstracção geométrica, matemática e numérica que caracteriza as suas últimas obras.
A sua preocupação central foi a determinação do enigmático Ponto de Bauhutte. A propósito deste, Almada escreveu:

Um ponto que está no círculo
E que se põe no quadrado e no triângulo.
Conheces o ponto? tudo vai bem.
Não o conheces? tudo está perdido.

Faleceu a 15 de Junho de 1970 no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, no mesmo quarto onde morrera seu amigo Fernando Pessoa.

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